JPIC
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INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO
PARA OS RELIGIOSOS(AS) HOJE
AQUECIMENTO GLOBAL
E
MUDANÇA CLIMÁTICA
Preparado pela Equipe de Trabalho sobre
Aquecimento Global dos promotores de JPIC, Roma, Itália
Se quiser enviar comentários e
perguntas, ou deseja outras informações, por favor, contacte:
svd.jpic@verbodivino.it
http://www.svdcuria.org/public/jpic/index.htm |
O impacto das mudanças climáticas em nossa vida
Introdução: Esta brochura pretende oferecer informações claras
sobre o tema das mudanças climáticas e o aquecimento global, bem como
alguns instrumentos que lhe permitam identificar esse tema no âmbito
local, regional e nacional. Esperamos que esta brochura lhe faça
compreender melhor a complexidade do tema e a necessidade de se agir para
salvar nosso planeta.
Incluímos algumas fontes bíblicas e teológicas que poderão ser usadas para
se trabalhar com grupos e comunidades, bem como alguns Recursos para sua
educação e formação permanente. Este trabalho não é a resposta às mudanças
climáticas e ao aquecimento global, mas às vezes o simples fato de se
saber onde buscar informações é já um passo importante para se iniciar a
tarefa.
Esta brochura tentará responder às seguintes questões:
- O que é: aquecimento global e mudanças climáticas?
- Quais são as causas do aquecimento global?
- • Quais são as conseqüências no âmbito da justiça social?
- • Quais são as suas implicações?
- Por que o tema atinge e diz respeito às religiões?
- O que diz nossa tradição religiosa a respeito da ecologia?
- O que podemos fazer AGORA?
O que são as mudanças climáticas e o aquecimento global?
As atividades humanas estão alterando a composição química da atmosfera
ao aumentar a emissão dos gases que produzem o efeito estufa –
principalmente: bióxido de carbono, metano e óxido de nitrogênio. Devido a
sua capacidade de captar calor, estes gases estão provocando o aquecimento
global.
A energia solar determina o clima e as condições atmosféricas do
planeta, bem como a temperatura de sua superfície; por outro lado a terra
também emite energia que volta para o espaço. Os gases atmosféricos que
produzem o efeito estufa captam parte da energia emitida, retendo calor,
como fazem os vidros de uma estufa. Sem esse “efeito estufa” natural, as
temperaturas seriam muito mais baixas do que são agora, e a vida, tal como
a conhecemos, não seria possível. De fato, é graças aos gases que produzem
o efeito estufa que a média da temperatura da terra é de 15°C / 60° F.
Apesar do que foi dito, quando aumenta a concentração atmosférica de
tais gases podem surgir problemas. Desde o início da revolução industrial,
a concentração atmosférica de bióxido de carbono aumentou quase 30%, a de
metano aumentou mais do que o dobro e as de óxido de nitrogênio aumentaram
cerca de 15%. Estes incrementos, por seu lado, aumentaram a capacidade da
atmosfera terrestre de captar o calor.
Por que está aumentando a concentração de gases que produzem o efeito
estufa?
Os cientistas acreditam que o uso de combustíveis fósseis e outras
atividades humanas são a causa principal do aumento do bióxido de carbono
e de outros gases.
- As mudanças climáticas é um dos maiores desafios que o mundo enfrenta
neste século XXI;
- Estudos recentes demonstraram que o aquecimento observado durante os
últimos 50 anos é devido, em grande parte, às atividades humanas;
- O aquecimento do planeta no futuro será muito maior do que se pensava.
A maioria dos estudos sobre a aquecimento global coincidem em afirmar
que enfrentamos um aumento inevitável da temperatura terrestre e
consideram a mudança climática como já tendo começado. Em dezembro de 1997
a dezembro de 2000, o Painel Inter-governamental sobre as Mudanças
Climáticas (IPCC), integrado por mais de dois mil cientistas
internacionais, nos ofereceu um panorama da problemática atual:
- Serão mais graves e freqüentes os desastres naturais como: tremores de
terra, inundações, furacões, ciclones e secas. De fato, os grandes
desastres climatológicos quadruplicaram desde 1960.
- Calcula-se que a temperatura da terra aumentará numa média de 5°C (10°F)
no próximo século, embora em certas áreas, o aumento ainda possa ser
maior. No Ártico, a calota polar já diminuiu significativamente.
- Como as árvores desempenham um papel fundamental na absorção de bióxido
de carbono, a destruição das florestas está contribuindo, de modo
importante, para o aumento da concentração deste gás na atmosfera.
Calcula-se que a crescente destruição das florestas seja responsável por
20% da emissão de carbono provocada pelas atividades humanas.
- Desde a II Guerra Mundial, o número de veículos a motor no mundo
aumentou de 40 milhões para 680 milhões. Os veículos a motor contribuem
para aumentar, significativamente, a quantidade da emissão de bióxido de
carbono na atmosfera provocada pelo ser humano.
- Durante os últimos 50 anos consumimos, ao menos, a metade das fontes
mundiais de energia não renováveis, além de destruirmos mais da metade dos
bosques do planeta.
Qual é a causa do aquecimento global?
O aquecimento global ocorre quando aumenta a concentração, na
atmosfera, de certos gases, conhecidos como gases que produzem o efeito
estufa, por causa das atividades humanas e industriais. O mais danoso
destes gases é o bióxido de carbono (CO2), emitido para a atmosfera como
produto derivado do uso do carvão, do petróleo e do gás combustível. Sua
concentração na atmosfera também aumenta por causa dos incêndios
florestais e da devastação das florestas. Outro dos gases que provoca o
efeito estufa, é o óxido de nitrogênio, é o produto das emissões dos
veículos e das indústrias, enquanto que as emissões de metano são causadas
por atividades tanto industriais como agrícolas. Os clorofluorcarbonos
(CFC), além de serem gases que provocam o efeito estufa por seu elevado
potencial de provocação do aquecimento global, também afetam gravemente a
camada de ozônio; não obstante, atualmente, estes estejam controlados em
base ao Protocolo de Montreal.
O bióxido de carbono, os clorofluorocarbonos, o metano e o óxido de
nitrogênio são gases poluentes que se acumulam na atmosfera e captam o
calor do sol, ocasionando o aquecimento global. Embora os oceanos e as
plantas captem grandes quantidades de bióxido de carbono, sua capacidade
diminuiu devido às emissões. Isto quer dizer que, cada ano, aumenta a
quantidade de gases acumulado na atmosfera provocando o efeito estufa,
acelerando-se assim o aquecimento global.
Nos últimos cem anos, o consumo mundial de energia aumentou
notavelmente. Pelo menos 70% da energia é consumida pelos países
desenvolvidos, e 78% desta energia provém de combustíveis fósseis. Isto
gera um grande desequilíbrio, ficando algumas regiões muito empobrecidas
enquanto outras tiram enormes benefícios. Embora as fontes de energia
renováveis (como o sol, o vento, a água) possam desempenhar um papel muito
importante na redução do uso dos combustíveis fósseis, os fundos
investidos neste campo continuam a ser extremamente poucos em comparação
com os fundos destinados aos combustíveis fósseis e à energia nuclear,
tanto nos países desenvolvidos como nos em via de desenvolvimento.
A devastação das florestas, reduzindo a absorção do bióxido de carbono
pelas árvores, é responsável por 20% do aumento nas emissões deste gás,
além de alterar os ciclos climáticos e hidrológicos locais, afetando por
conseguinte a fertilidade da terra.
Para evitar as danosas conseqüências das mudanças climáticas, devemos agir
para estabilizar o atual nível atmosférico dos clorofluorocarbonos o
quanto antes. De acordo com o Painel Inter-governamental sobre as Mudanças
Climáticas (IPCC), isto implicaria em reduzir as emissões de
clorofluorocarbonos em torno de 50%. Em seguida mencionamos alguns dos
impactos negativos que podemos esperar se não fizermos algo imediatamente:
Conseqüências:
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A elevação do nível do mar terá um efeito devastador nas pessoas. São
especialmente vulneráveis os que moram em países insulares, nas áreas
costeiras densamente povoadas de várias nações e nos deltas dos rios, bem
como os pobres que vivem em países afetados pela seca e inundações.
Estima-se que, para o ano 2020, três quartos da população mundial poderá
correr risco de secas ou inundações. Os países empobrecidos sofrerão de
modo especial as conseqüências da mudança de clima. Isto, em parte, por
causa de sua geografia e por outro lado, pela falta de recursos para se
adaptar às mudanças e mitigar seu impacto. |
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Os seres humanos e outras espécies do planeta já estão sofrendo por
causa das mudanças climáticas. As projeções científicas indicam um
incremento na dimensão e na severidade de tal sofrimento, devido, entre
outras coisas, ao aumento do calor, das enfermidades tropicais
transmitidas por insetos - tanto ao norte como ao sul do equador - e a
crescente insegurança alimentar, entre outras coisas. |
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Se não reduzirmos radicalmente as emissões dos gases que produzem o
efeito estufa, os custos anuais do aquecimento global poderão chegar a
$300 bilhões de dólares em 50 anos. Se nossos governantes e políticos não
agirem rapidamente, a economia mundial sofrerá um grande retrocesso. Neste
sentido, vale a pena mencionar que, durante a última década, os desastres
naturais custaram ao mundo $608 bilhões! |
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Na 7ª Conferência dos Participantes da Convenção sobre as Mudanças do
Clima (COP-7), celebrada em Marrakech, Marrocos, em novembro de 2001, o
representante do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) disse que o
aquecimento global poderia fazer a colheita de alguns produtos
alimentícios fundamentais, como trigo, arroz e milho, diminuir até 30% nos
próximos 100 anos. Teme-se que os agricultores vejam-se obrigados a
migrarem para zonas montanhosas mais elevadas e frias, ameaçando assim a
vida selvagem e a qualidade e quantidade do fornecimento de água. Estas
descobertas indicam que um grande número de agricultores nos países em
desenvolvimento já estão enfrentando o problema da fome e da desnutrição. |
Atualmente , os refugiados ambientais no mundo já somam 25 milhões. |
Questões para refletir:
- Há algo de novo para você em tudo isso?
- Que implicações têm para você os fatos mencionados?
A precária situação do planeta, atualmente, é fruto do consumo excessivo,
porém não dos 80% da população mundial que vive em condições de pobreza,
mas dos 20% mais ricos que consome 86% dos recursos naturais do mundo. |
O que diz nossa tradição de fé?
Para ser plausível, uma teologia atuante precisa fundamentar-se no
conhecimento científico da imensidão e complexidade do universo.
São Boaventura, seguindo a experiência de São Francisco, elaborou uma
teologia da Sacramentalidade da Criação, isto é, as pegadas de Cristo no
mundo criado. O mundo está cheio da presença de Deus; todas as coisas
criadas são um sinal e uma revelação do Criador, que deixa sua marca em
toda parte. A destruição deliberada de qualquer parte da criação significa
desfigurar a imagem de Cristo, presente em todo o criado. Cristo não sofre
só quando se violam os direitos das pessoas e são exploradas, mas também
quando se profanam os mares, os rios e os bosques. Quando a criação é
percebida como um sacramento, como manifestação e caminho para Deus, nos
vemos obrigados a transformar nossa relação de dominação e de poder para
com os outros em relação de reverência e respeito.
Por que nós religiosos devemos nos preocupar e nos envolver com as
questões ambientais?
A terra tem uma grande capacidade de suportar a pressão que fazemos
sobre ela, porém não podemos continuar indefinidamente, sem que isso se
torne uma ameaça para a sobrevivência futura da humanidade. Como
religiosos, temos a possibilidade de fazer alguma coisa.
A mensagem do Papa, “Paz com Deus criador, Paz com toda a criação” (de
1 de janeiro de 1990), dedicada exclusivamente as questões ambientais e ao
desenvolvimento, lembra que: “especialmente, os cristãos descobrem que seu
comprometimento com a criação, bem como seus deveres para com a natureza e
o Criador, fazem parte de sua fé” (n° 15).
O mundo de Deus nos preme a considerar não só a justiça social, isto é,
a existência de relações justas entre as pessoas, mas também a justiça
ecológica, que implica relações justas entre os seres humanos, as outras
criaturas e a própria terra. A criação é entendida, atualmente, como uma
comunidade de seres interdependentes um com o outro e com Deus trinitário.
A integridade ecológica é uma parte essencial de todas as tradições
religiosas, além de ser um tema importante sobre o qual se pode promover o
diálogo, a colaboração e o entendimento mútuo.
As igrejas e os grupos interreligiosos estão bem envolvidos na questão
das mudanças climáticas. No ambiente ecumênico, que prevalece hoje em dia,
devemos procurar os outros cristãos e os não cristãos que trabalham este
tema.
Este é o desafio que enfrentamos hoje:
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Somos pessoas que podemos ler os “sinais dos tempos”; |
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Adquirimos certa disposição para o discernimento; |
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Temos recursos, redes já estabelecidas e meios para transmitir a
mensagem e advertir os demais sobre o aquecimento global; |
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Temos, por nossa espiritualidade e carisma, um compromisso com a
reconciliação e a restauração da harmonia da criação; |
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Somos chamados a desempenhar um papel profético; |
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Somos herdeiros de uma ética do bem comum e de uma ética da
solidariedade com os que sofrem e necessitam de atenção e cuidado |
Nossa tarefa como homens e mulheres, religiosos e religiosas, consiste
me contemplar a beleza e a presença de Deus em todas as coisas. Semelhante
contemplação deve levar-nos a uma metanoia, ou conversão do coração, que é
o ponto de partida para se responder à crise que nosso planeta, nossa
casa, criação de Deus, enfrenta no início do novo milênio.
Nossa resposta será de acordo com o lugar onde vivemos. Para os que
vivem nas sociedades e países caracterizados pelo consumismo e os valores
materialistas, as formas de viver em harmonia com a criação podem
diferenciar-se das daqueles que vivem em sociedades e países nos quais,
dificilmente, se dão as condições básicas indispensáveis para se viver uma
vida digna.
Questões para se refletir:
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Por que os religiosos devem se
envolver com questões ambientais? |
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Há outras razões pelas quais os
religiosos devem se envolver? |
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Que atitudes observam em seus irmãos
e irmãs no que diz respeito aos temas ambientais? |
A caminho de uma ética ambiental cristã
Os elementos importantes para uma ética solidária são:
- reconhecer o valor da criação
- incluir a questão ambiental como uma dimensão do bem comum
- criar a estrutura institucional necessária para o bem comum
- rever a relação entre ambiente e desenvolvimento
Uma ética ambiental adequada combina as estratégias para o
desenvolvimento econômico com as do equilíbrio ecológico.
O reconhecimento do outro e minha responsabilidade para com ele,
são questões básicas em qualquer ética |
Ao reconhecer o outro como alguém autônomo e com seu próprio valor,
devo mudar meu comportamento para manifestar meu respeito para com ele. A
redução de todas as criaturas, não humanas, à categoria de seres com valor
só de instrumentos levou a degradação ambiental maciça. A visão das
Sagradas Escrituras, de São Francisco, de Hildegard de Bingen e de muitos
outros místicos nos sugerem que a criação tem uma dimensão moral autônoma,
pois toda criatura é amada em sua existência por Deus.
Estamos conscientes da existência de um bem comum internacional,
que transcende os limites do local e do nacional. |
A conservação dos oceanos, dos bosques, da atmosfera, dos animais e das
espécies vegetais é uma preocupação que vai além dos estados nacionais e
seus governos, pois os temas ambientais nos obrigam a redefinir o bem
comum em termos globais. Quando consumimos nossos recursos mais
rapidamente do que os podemos produzir, ou esgotamos os recursos não
renováveis sem nos preocupar com as necessidades das gerações futuras,
estamos roubando-lhes o patrimônio. Leonardo Boff se refere à humanidade
como a consciência da terra, reflexão que nos ajuda a reavaliar a
interdependência existente entre todo o criado. Embora a pessoa humana
tenha uma posição especial e desempenhe um papel único no plano geral de
Deus para o universo, não poderá existir por longo tempo senão
relacionando-se de maneira saudável com o que a rodeia. A pessoa humana
precisa da criação para sobreviver, porém a criação não precisa da pessoa
humana para tal. A pessoa humana é parte da criação e não vice-versa.
É preciso desenvolver estruturas capazes de proteger o ambiente global.
Isto implica em desenvolver e apoiar instituições internacionais como as
Nações Unidas e os tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto.
O ambiente vai além das obrigações dos estados nacionais
individualmente
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O que podemos fazer ENTÃO?
A verdadeira integridade ecológica só será alcançada com o esforço
conjunto em benefício de todos.
A “crise ambiental” é, essencialmente, crise de valores, daí a
necessidade de uma mudança de atitude que nos permita ver o mundo de outro
modo. Além das mudanças que podemos fazer em nosso estilo de vida, é
importante que trabalhemos para mudar as políticas em níveis nacionais e
internacionais. Isto implica convocar à conversão ecológica (cf. João
Paulo II, 17 de janeiro de 2001), para aprofundar nossa compreensão das
mudanças climáticas e das questões ecológicas.
A educação é muito necessária, não só para chamar a atenção das pessoas
para os fatores que ameaçam o planeta, mas também para o mistério de sua
própria existência.
Baseado no que foi dito, que podemos fazer como religiosos? A seguir
apresentamos algumas idéias:
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Os religiosos podem buscar alternativas para preservar os recursos.
Nosso compromisso com um estilo de vida comunitário nos oferece uma
oportunidade única de indicar o rumo em matéria de preservação e
reciclagem. |
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É provável que alguns de nós, mais informados sobre a complexidade da
situação, já tenham feito algumas mudanças em seu estilo de vida e estejam
envolvidos em atividades políticas que busquem a mudança. |
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Para outros, as informações contidas nesta brochura são o primeiro passo
para entender a urgência da situação. |
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Os religiosos, freqüentemente, têm contato com ONGs ambientalistas
locais e podem participar de alguns de seus projetos e campanhas. Vejam as
páginas eletrônicas da rede de atividades das ONGs que se ocupam do clima
do planeta, concentrando-se nas mudanças climáticas. |
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Convide ambientalistas para conversarem com as comunidades. |
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Trabalhe com os “sem terra”, os migrantes, os refugiados e os indígenas;
apoie suas lutas pela terra, pela água, pelas matas... |
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E o que mais? |
Sabia que, pela primeira vez na história, temos um acordo vinculativo (
o Protocolo de Kyoto) para a proteção ambiental, a fim de reduzir as
emissões de gases que produzem o efeito estufa? Apesar disto, para se
tornar operativo deve ser ratificado por 55 países, e até a data de hoje
só 46 o fizeram. Além do mais, entre os países que o ratifiquem devem
estar os responsáveis por 55% das emissões mundiais de gases que produzem
o efeito estufa. Isto significa que a maioria dos países industrializados
do mundo deveriam ratificá-lo,
e foram poucos os que o fizeram até o momento. |
Tanto pessoal como comunitariamente, podemos… praticar os três “R’s”!
Reciclar…
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Revisar nossos hábitos de consumo e comprar produtos que não tenham uma
embalagem muito sofisticada. Usar detergentes e artigos de limpeza
biodegradáveis. |
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Reciclar tudo aquilo que pode ser reciclado: plásticos, cascas de frutas
e verduras, papel e papelão, vidros e latas. |
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Preparar o composto. Juntando folhas, ramos e vasculho do jardim e
muitas minhocas se produzirá composto, um adubo natural muito bom para a
terra. |
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Convocar os fabricantes para que assumam a responsabilidade de coletar
as partes usadas e danificadas dos televisores e computadores que precisam
de um processo especial para serem recicladas. |
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E o que mais? |
Reduzir…
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Reduzir o consumo de água. |
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Reduzir o uso de seu carro |
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Reduzir a queima de material não reciclável. |
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Reduzir as emissões de clorofluorocarbonos e substituí-los, evitando-se
o uso de aerossóis e usando aparelhos eletrodomésticos que poupem energia. |
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Reduzir o consumo de eletricidade por meio de iluminação fluorescente. |
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E o que mais? |
Relembrar…
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Relembrar aos governos locais seu compromisso com a reciclagem e a
eliminação do lixo, como sua obrigação de manter atualizadas as leis sobre
reciclagem e a destruição do lixo. |
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Relembrar, com firmeza, aos empresários locais que devem simplificar as
embalagens de seus produtos. |
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Relembrar às autoridades locais que devem economizar eletricidade e usar
sistemas de eletrificação eficientes. |
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Relembrar aos governos nacionais seu compromisso com as declarações e
protocolos em favor do meio ambiente. |
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Relembrar a todos com quem você se relaciona, diariamente, a necessidade
de se respeitar a terra e fazer do princípio “reduzir - reciclar -
reutilizar - relembrar” o viés de seus padrões de consumo. |
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E o que mais? |
Entre em contato com o Departamento do Meio Ambiente e com os políticos
de seu país e lhes pergunte sobre o que estão fazendo para pôr em prática
os acordos do Protocolo de Kyoto. Se você vive nos Estados Unidos, país
que se retirou deste Protocolo, escreva ao Presidente e lhe peça para
reconsiderar a saída do acordo. Procure o coordenador local da ONU, cuja
sede costuma ser o escritório do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento de cada país, e se informe sobre os projetos relacionados
com as mudanças climáticas que
estão sendo feitos em seu país pelos organismos das Nações Unidas.
A lista dos países que ratificaram o Protocolo e dos que ainda não o
fizeram está em
http://www.unfccc.int |
Para refletir e rezar
Sugerimos, que depois da leitura desta brochura, você se reuna com sua
comunidade ou com seus amigos para refletir e fazer uma oração
comunitária.
Prepare algo simples para sua oração... um vaso com água, uma vela, um
pouco de terra.
Convite à oração:
"Atualmente, o cuidado com o meio ambiente é um chamado a respeitar
toda criação e a garantir que as atividades humanas, para a transformação
da terra, não destruam o equilíbrio dinâmico que existe entre todas as
coisas vivas que dependem da terra, do ar e da água para sua própria
existência. O tema ambiental se converteu no eixo da reflexão social,
econômica e política, por causa, precisamente, da crescente degradação,
que costuma golpear muito mais duramente os setores mais vulneráveis da
sociedade. O risco das mudanças climáticas e o aumento dos desastres
naturais questionam o rumo atual da sociedade moderna. Não podemos ficar
indiferentes diante da crescente brecha que separa ricos e pobres, bem
como diante do consumo excessivo dos recursos do planeta e da destruição
das espécies” (Cardeal François Xavier Nguyen Van Thuan, Presidente do
Pontifício Conselho de Justiça e Paz).
Rezemos juntos o Salmo (147)148,1-10
(observação nem todas as bíblias têm
o mesmo número)
Momentos de silêncio para refletir sobre as seguintes perguntas:
- O que mais lhe impressionou na leitura desta brochura?
- Que atitudes você descobre em si mesmo?
- Observou algum sinal de aquecimento global na zona onde vive?
- O respeito para com a criação está presente, de algum modo,
nos documentos de sua Congregação (Constituições, Atas Capitulares,
etc)?
- A Conferência Episcopal de seu país fez algum pronunciamento sobre o
aquecimento global?
- A Igreja local lhe convoca para fazer o quê?
Convocação para a ação:
- Que ações concretas você vai fazer para responder à preocupação com o
aquecimento global?
Oração final:
Louvado sejas meu Senhor, com todas tuas criaturas,
especialmente o senhor irmão sol,
que é o dia e nos alumias por ele.
E ele é belo e radiante em seu grande esplendor,
de ti, Altíssimo, colhe o significado.
Louvado sejas meu Senhor, pela irmã lua e as estrelas;
No céu as formastes claras, preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelos irmãos ar e vento…
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água,
tão útil e humilde e preciosa e pura.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo,
com o qual alumias a noite….
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a mãe terra,
a qual nos sustenta e rege e produz diversos frutos com coloridas flores e
ervas…
Louvem e bendigam o Senhor e lhe dêem graçase o sirvam com grande
humildade”.
Forma abreviada do Cântico das Criaturas
(São Francisco de Assis)
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Seleção de páginas web e outras fontes
(com informações em várias
línguas)
- Greenpeace: http://www.greenpeace.org/
- Climate voice: http://www.climatevoice.org/
- “Carta da Terra”- http://www.earthcharter.org/
- Amigos da Terra: http://www.foei.org/
- Planet Ark: http://www.planetark.org/index.cfm
- Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável:
http://www.iisd.ca/
- União dos Cientistas Preocupados:
http://www.ucsusa.org/warming/index.html
- Convenção das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas:
http://www.unfccc.int
- World Wildlife Fund: (explicação simples sobre as mudanças climáticas)
http://www.panda.org/resources/publications/climate/crisis/crisis.htm
- Programa Ambiental das Nações Unidas: http://www.unep.org
- Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas:
http://www.undp.org
- Organização para a Alimentação e a Agricultura:
http://www.fao.org
- Aliança para a religiões e a preservação:
http://www.religionandconservation.org
- Climate Action Network http://www.climatenetwork.org
- Programa das Mudanças Climáticas do Conselho Mundial das Igrejas: Dr.
David G. Hallman, Coordenador, c/o The United Church of Canada, 3250 Bloor
Street West, Toronto, ON, Canada M8X 2Y4 Tel: +1-416-231-5931 Fax:
+1-416-231-3103 E-mail: dhallman@sympatico.ca
Fontes em diferentes línguas
Alemão:
Francês:
Espanhol:
Português:
Sagradas Escrituras e Documentos da Igreja:
- Gênesis 1,1-2,3; 9,9-11
- Êxodo 3,7-10; 15,22-27; 23,10-12
- Levítico 25,1-24
- Sabedoria 11, 24-26
- Isaías 11,1-9; 40,12-31
- Daniel 3,57ss
- Salmos 8; 19; 24; 104,16-23; 136; 148,1-4.7-10
- Marcos 5,35-41; 12, 29-31
- Mateus 5,1-14; 6,26-30; 12,22-34
- Lucas 16,19-31
- João 9; 12,23-26
- Colossenses 1,15-20
- Revelação/Apocalipse 21,1-5; 6,16-21
- Romanos 8, 22-24
- Coríntios 1 Cor.3, 9
(obs. Separamos os capitulos dos versiculos com uma virgula (,) e o
intervalo ente vversiculos com um ponto (.)
Documentos da Igreja sobre a Ecologia
(Procure os documentos da Conferência Episcopal de seu país e os
documentos regionais)
- Mensagem para a Jornada Mundial da Paz de João Paulo II (1 de janeiro
1990): Paz com Deus Criador, paz com toda a Criação.
- Catecismo da Igreja Católica: 299-301; 307; 339-341; 344 2415-2418
- Encíclica Populorum Progressio, 23, 24
- Encíclica Centesimus annus, 37-38
- Encíclica Laborem exercens, 4
- Encíclica Mater et Magistra, 196, 199
- Carta Apostólica Octogesima Adveniens, 21
- Encíclica Redemptor hominis, 8, 15
- Encíclica Sollicitudo rei socialis, 26, 29, 34
Datas para se celebrar a Ecologia e o Meio Ambiente
22 Março |
Dia
Internacional da Água |
22 Abril |
Dia da
Terra |
22 Maio |
Dia
Internacional para a Diversidade Biológica |
5 Junho |
Dia Mundial
do Meio Ambiente |
17 Junho |
Dia
Internacional contra a Desertificação |
16 Setembro |
Dia de
Proteção da Camada de Ozônio |
Se você tem idéias, sugestões e comentários sobre o conteúdo desta
brochura,
por favor comunique-se com o coordenador de Justiça e Paz de sua província
o Congregação
Michael Heinz
svd.jpic@verbodivino.it |
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